Hoje é o dia da Mulher, Hoje o dia é Delas...

Ela inventou você

Ser mulher em 1969 era barra-pesada e quando Leila Diniz, 24 anos, deu uma entrevista ao jornal Pasquim dizendo que "podia amar uma pessoa e ir para a cama com outra", a circulação do jornal aumentou - mas o Brasil veio abaixo. Foi no século passado, o país vivia sob a ditadura dos militares. A caretice estava no poder.

Onde já se viu uma atriz de destaque na televisão pregar o amor livre? Como uma mulher podia dizer que era ela quem tomava a iniciativa de propor a relação sexual a um homem?

Na mesma entrevista, Leila ainda dizia palavrões como os que hoje aparecem no Faustão e na novela das oito, coisas como pentelho e bunda, e o jornal foi obrigado a substituir cada um deles por asteriscos.

Foi um escândalo nacional e Leila pagou caro pela ousadia. No Pasquim, ela disse basicamente que a mulher tinha direito à felicidade e, acima de tudo, estabelecer seu conceito de ser feliz.

Você está rindo da inocência deste óbvio ululante? Em 1969, ela foi considerada subversiva. As emissoras de televisão evitavam dar trabalho a Leila e uma vez, quando estava participando do júri de um programa de auditório, a polícia chegou para prendê-la. Foi preciso que se armasse uma fuga espetacular. A atriz se vestiu com as roupas de uma secretária e ficou escondida um mês na casa do apresentador do programa em Petrópolis.

Os militares criaram a "Lei Leila Diniz", que tornava ainda mais rigorosa a submissão dos veículos de comunicação ao pensamento dos militares. Sem trabalho, precisando sobreviver, em 1970 ela abriu uma butique de moda hippe indiana em Ipanema.

Não é nenhum exagero colocar Leila Diniz com destaque, ao lado da modernista Pagu, da abolicionista princesa Isabel entre outras, na galeria de revolucionárias que ajudaram a redesenhar a história da mulher no Brasil. Ela não fez descursos. Era uma ex-professorinha primária, nascida em Niterói em 1945, que queria viver a vida sem dar satisfações a ninguém. Mudou o país por meio de seus pequenos gestos, audaciosos para a época.

Em 1970, grávida, ela foi fotografada na praia com a barriga exposta. O normal era a mulher ir ao banho de mar com a gravidez protegida por uma bata. Era feio expor a barriga, porque evidenciava a presença de sexo - e toda a forma de sexo devia ser escondida naqueles tempos sombrios. Resultado: mulheres passavam por ela e cuspiam, diziam "nojenta".

Hoje, se você está grávida e vai à praia com o barrigão de fora, acenda uma vela à Leila. Se você leva uma vida sexual livre, sem dar satisfações a ninguém a não ser à sua consciência, pense nela com carinho.

Em 1972, sem trabalho, Leila aceitou o convite para participar de um festival de cinema na Austrália. Com saudades da filha que nascera há sete meses, antecipou a volta e morreu, aos 27 anos, num acidente quando sobrevoava a Índia. Deixou uma obra de catorze novelas, catorze filmes e principalmente um exemplo de vida.

Ela inventou a mulher brasileira que se conhece hoje. você, por exemplo.

Joaquim Ferreira dos Santos

Outras mulheres precisam ser destaque no dia de hoje também :

Hoje o dia é dela!! Além de ser o dia da mulher, hoje também é o aniversário da maior comunicadora do nosso país, Hebe Camargo.

Hebe que no ano passado deu mais um exemplo da força e coragem feminina, aparecendo careca,  na capa da Veja São Paulo, decorrido por causa de um cancêr. 

Do momento em que a doença veio á tona até a sua cura, ela não deixou a peteca cair e manteve o alto astral e a fé acima de tudo.

Um ótimo exemplo de mulher a ser seguido.

 Outro ótimo exemplo feminino é da ex-miss venezuela Eva Ekvall.

Eva grávida descobriu que tinha cancêr de mama, já em estado avançado.

Não pôde curtir sua gravidez , pois lutou 8 meses pelo sua vida e de sua filha.

Agora já curada, ela lançou um livro para conscientizar as mulheres a fazer o auto exame. Ela que tinha casos na família de cancêr de mama, não deu importância aos nódulos quando eles apareceram no começo de gravidez.

Eva é a prova viva da superação.

Eva nos tempos de miss, e com a filha depois do cancêr.

Sakineh Mohammadi Ashtiani, uma cidadã iraniana, tornou -se conhecida ano passado por um motivo trágico.

Ela foi condenada á morte por apedrejamento, por adúltero.

Viúva desde 2006 ,Sakineh se relacionou sexualmente com dois homens, e recebeu o castigo de 99 chibatadas. Não satisfeito , os governantes do país, quiseram á morte dela, para servir de exemplo.  

Sakineh então foi submetida a se manter refém em sua própria casa, sendo vigiada por câmeras, durante o dia inteiro, para produzir provas contra ela mesma.

Teve seu filho e seu advogado torturados.

Ela é a prova da ignorância de muitas pessoas, e de como as mulheres eram tratadas no passado. Infelizmente ,para muitas o abuso continua.

Há tantas mulheres que são mais homens que muitos homens.

É só você olhar para o lado, terá muitas Marias, franciscas, Evas,Hebes e Leilas.

Mulheres que lutam contra o cancêr da sociedade, o preconceito.

Mulheres que lutam dia a dia para sustentar filhos sem pais.

Mulheres que lutam por um pouco de dignidade. Sim,dignidade, ás vezes é preciso lutar por ela.

Então não deixe de comemorar o dia de hoje,porque ele é especialmente nosso.

Welen Medeiros acredita que as mulheres estão dominando o mundo!


Beijos feministas!

@WelenMedeiros